FOLHA GERAL

Desagravo

A Câmara Municipal aprovou no mês passado, por indicação da vereadora Pérola Cardoso, uma Moção de Congratulações ao empresário Wanderley Garcia, sócio-proprietário da Antena 102, pelos inegáveis serviços prestados por ele no ramo da Comunicação. Se fosse uma pessoa indelicada – coisa que ela não é – a vereadora petista deveria agora indicar uma Moção de Repúdio ao mesmo Wanderley Garcia, ou, se preferisse, poderia propor uma Moção de Desagravo ao seu companheiro de partido, Humberto Parini, em função das impropriedades que o prefeito foi obrigado a ouvir do rádio-comunicador em uma padaria da cidade.
Café da manhã
Consta que no domingo, logo pela manhã, o prefeito deslocou-se até a Via Pães, onde foi buscar uns pãezinhos para o café matinal com a primeira-dama, e, ao chegar no estabelecimento, foi interpelado por Wanderley Garcia que, de maneira extremamente deselegante, cobrou de Parini um reconhecimento por sua discutível participação na vinda do Hospital do Câncer para Jales. Para constrangimento, não apenas do prefeito, mas também das pessoas que testemunharam a insólita cena, Wanderley complementou seu destempero verbal, sempre em altos brados, com críticas à maneira como Parini vem administrando a cidade.
Desequílibrio
Uma das vantagens da democracia é o direito garantido a qualquer cidadão de emitir opiniões e estabelecer críticas àqueles que estão encarregados de administrar a cidade, coisa com a qual o prefeito Parini – que já foi pedra e agora é vidraça – provavelmente já aprendeu a conviver. No entanto, o que se espera de pessoas civilizadas é que as diferenças de opiniões sejam discutidas em bom nível e nas ocasiões e locais adequados, o que não inclui ataques raivosos nem cenas de desequilíbrio explícito em padarias ou supermercados.
Deus é jalesense
E quem acompanhou a história do Hospital do Câncer desde o início sabe da importante contribuição do empresário Durvalino Fernandes Gouvea nessa conquista. O hotel “Grandes Lagos”, de propriedade do empresário, foi palco de várias reuniões orquestradas por ele. Mas, ao contrário de muita gente, Durvalino não se coloca como “pai” da idéia e sempre diz aos mais chegados que os méritos da conquista devem ser atribuídos a inúmeras pessoas e entidades. E mais: ele garante que, não obstante o trabalho dos simples mortais, as coisas só deram certo graças a uma providencial ajuda de Deus.
Desagrado
Os problemas com o projeto da vereadora Pérola, que sugeriu o nome da falecida senhora Rufina Garcia Torres, a Vovó Rufina, para batizar o Centro de Artesanato do Município, não se restringiram à irritação de alguns vereadores. Consta que a família da Vovó Rufina, que não foi comunicada da homenagem nem da inauguração do tal Centro, também ficou contrariada com o descaso. Por conta disso, no sábado, quando corria a cerimônia de inauguração, com a presença do prefeito Parini e outras autoridades, um filho da homenageada teria comparecido ao local para manifestar o desagrado da família.
Vadão é o cara
A inauguração oficial do Hospital do Câncer não foi exatamente um primor no quesito organização. Ao contrário, comenta-se por aí que a cerimônia pareceu uma festa tucana entrecortada por uma sucessão de “bafões”. O deputado Júlio Semeghini, por exemplo, deve ter ficado muito contrariado com o mestre de cerimônias, Galvão Filho, que, entre outras “pérolas”, afirmou que todo o mérito da conquista era do deputado Vadão Gomes. Já Henrique Prata, em seu discurso, deixou escapar que Vadão tentou levar o Hospital para Estrela D’Oeste.
Cenas da inaguração
*O prefeito Parini, a quem Henrique Prata chamou de Pedrini, só passou a ser citado depois que um vereador chamou a atenção do mestre de cerimônias para a falha.
*O presidente da Câmara, Luis Especiato, que pretendia entregar medalhas a algumas autoridades, subiu nas tamancas depois de ser impedido de subir no palanque.
*Os tucanos estavam tão à vontade que até o desaparecido ex-vereador Jorge Pêgolo sentiu-se estimulado a emitir sua imprescindível opinião sobre a conquista, em uma emissora local.
*A primeira-dama Rosângela Parini, elegantemente vestida, não subiu ao palanque para acompanhar o prefeito, como seria normal, preferindo circular em meio ao povo.
*O vereador Macetão, sempre acompanhado pelo seu inseparável irmão, foi outro que distribuiu sorrisos e abraços apenas no andar de baixo.
*Osmar Rezende, que cobriu o evento como repórter, pareceu irritado durante uma de suas intervenções na Rádio Regional. Segundo ele, a imprensa estava sendo barrada no baile e até mesmo o prefeito Parini teria enfrentado dificuldades para passar pelos seguranças.
*O entusiasmado mestre de cerimônias, Galvão Filho, teve sua animação contida várias vezes por uma senhora que, aparentemente, integrava o cerimonial do governador Alberto Goldman.
*O cantor Marrone, que faz dupla com Bruno, chegou ao local quando Parini iniciava seu discurso, causando frisson entre as fãs e tirando a atenção da platéia para as palavras do prefeito.
*Uma funcionária da Apeoesp, que já foi muito ligada ao vereador Especiato, estaria garantindo às suas amigas que o futuro prefeito de Jales já tem nome, sobrenome e apelido: Luiz Henrique Viotto, o Macetão.
Apoio pestista
Depois de toda a exposição midiática por conta da Facip e do Hospital do Câncer, colaboradores do deputado Vadão Gomes estão dizendo que ele ficará muito triste se obtiver menos de 10 mil votos do eleitorado jalesense. Dizem que, para alcançar tal meta, Vadão espera contar com a ajuda de alguns militantes petistas que, no passado, não eram lá muito simpáticos à atuação do deputado. Resta saber se os petistas jalesenses vão mesmo se empenhar na campanha de Vadão.
Para asfalto
A Secretaria de Economia e Planejamento do governo do Estado aprovou convênio de R$ 800 mil com a Prefeitura de Votuporanga, para investimento em em obras de recapeamento asfáltico. Segundo nota divulgada, pela assessoria daquela Secretaria, ato foi publicado na edição de quarta-feira (16) do Diário Oficial do Estado.

Comentários