MPF em Jales denuncia quatro pessoas por tráfico de mulheres para Portugal

O Ministério Público Federal em Jales denunciou quatro suspeitos de promover ou facilitar a saída de mulheres da região para exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual em Portugal entre os anos 2000 e 2002. Segundo a acusação, Luiz Cláudio Pereira, Aldrolando Matos, vulgo ‘’Wando’’, Fabrício Alexandre dos Santos, o ‘’Bibiu’’, e Cleber da Anunciação Alves, conhecido como “Kléber”, atuariam em conjunto para aliciar suas vítimas.

O MPF apurou que os acusados aliciavam mulheres brasileiras para se prostituirem na boate Palm Beach, localizada em Figueira da Foz, Portugal. A propriedade pertenceria a José Manuel Ferreira Coimbra Barreira, que foi condenado pela Justiça Portuguesa a 4 anos e 9 meses de prisão, pelo crime de tráfico de mulheres, em 19 de abril de 2004.
Segundo apurado pelo MPF, algumas vítimas iam para a boate sabendo que iam se prostituir, mas outras pensavam que era para trabalhar no bar e ganhar comissão nas bebidas. Quando chegavam ao local, eram obrigadas a se prostituírem, pois o dono da boate não deixava elas irem embora e as ameaçava, além de cobrar alimentação e passagem de ida da conta das brasileiras, como modo de fazer com que elas permanecessem na boate.
Segundo a denúncia, assinada pelo procurador da República Thiago Lacerda Nobre (foto), a investigação apurou que os criminosos, após aliciarem as vítimas, as levavam até a agência de turismo Albano’s Viagens e Turismo LTDA (Ilha Solteira Turismo LTDA), empresa administrada por Carlos Roberto Gomes, também conhecido como Roberto Albano, morto em janeiro de 2007.
Na denúncia, o MPF ainda alega que a investigação aponta que Pereira e seu irmão “Albano” seriam os operadores e responsáveis pela agência de turismo citada, que acompanhavam e financiavam a emissão dos passaportes e compra das passagens aéreas das vítimas para saírem do país e exercer a prostituição em Portugal.
Segundo a denúncia, a Aldrolando Matos, Fabrício Alexandre dos Santos e Cleber da Anunciação Alves cabia cooptar as mulheres e direcioná-las para os irmãos donos da agência de turismo.
De acordo com o depoimento das vítimas, os quatro denunciados mantiveram contato com pelo menos seis vítimas, que foram aliciadas e enviadas para fora do país.
Para o procurador, os acusados agiram dolosamente e de forma livre e consciente em seus atos. O MPF denunciou os quatro por tráfico da mulheres, cuja pena é de 3 a 8 anos, e pediu a citação dos denunciados para responder às acusações em um prazo de 10 dias. Ao apresentar a denúncia, o MPF ratificou que a investigação não está encerrada e que, se novos elementos forem encontrados, outros envolvidos poderão ser denunciados.

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