Desigualdade marca a comemoração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência



Dados da ONU e da UNESCO apontam que as mulheres representam menos de 30% dos pesquisadores no mundo todo, índice que demonstra como ainda persistem as barreiras e a baixa representatividade para mulheres e meninas, sobretudo em áreas como ciências, tecnologia, engenharia e matemáticas. Para dar mais visibilidade à pauta feminina e incentivar a participação igualitária, desde 2016, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências é comemorado em 11 de fevereiro, data aprovada pela Assembleia Geral em 2015 e celebrada pelos dois organismos internacionais.

Para Danielle Dias Pinto Ferreira, biomédica com doutorado em neurociências, responsável pelo laboratório da Invitrocue Brasil, “é preciso entender a necessidade de equilibro da vida profissional de uma pesquisadora com a sua vida familiar. Muitas mulheres pesquisadoras acabam tendo dificuldades de conciliar e acabam deixando de lado suas carreiras em prol da família. É necessário oferecer maiores incentivos para que tenham condições de ter esse equilíbrio”.

A pesquisadora brasileira é a gerente de operações da Invitrocue Brasil, empresa inovadora, responsável por trazer ao país o teste Onco-PDOTM, teste que permite que as células do paciente sejam cultivadas e testadas para diferentes drogas quimioterápicas e analisa como as células respondem aos diferentes tratamentos. “Atuo para que todo o laboratório esteja apto para realizar exames e entregar os resultados no menor prazo possível. O objetivo é alcançar maiores chances de sucesso nos tratamentos de pacientes. Acredito que a possibilidade de oferecer resultados personalizados abre portas para que mais pesquisas sejam direcionadas para a área de medicina de precisão. O objetivo é alcançar maiores chances de sucesso nos tratamentos de pacientes”, afirma Danielle.

Ressaltando a importância da nova ferramenta que proporciona maiores chances de sucesso e personalização em tratamentos oncológicos, a pesquisadora observa que o modelo “Organoides Derivados de Pacientes” (PDOs) - um cultivo celular que melhor reflete in vitro as condições observadas in vivo-, leva em conta que “cada paciente é único, cada tumor é único e as respostas de tratamento também devem ser assim consideradas. Alguns tumores mostram-se resistentes a certos medicamentos e saber previamente quais terapias são mais eficazes para cada caso particular contribui para a tomada de decisão dos médicos oncologistas”.

Refletindo sobre o surgimento do interesse científico em sua trajetória, Danielle conta que “a curiosidade, característica fundamental de todo o cientista, fez com que a ciência surgisse naturalmente em minha vida. Sempre gostei do corpo humano e de entender o seu funcionamento, tanto nas condições de saúde quanto nas condições de doença. Me via fazendo experimentos e investigações científicas. Por isso, a biomedicina se encaixou perfeitamente no que eu buscava. O conhecimento que adquiri desde a graduação até o pós-doutorado não foram apenas teóricos. Adquiri experiência em diversas técnicas de laboratório e no desenvolvimento de projetos de pesquisa. Além disso, tive uma grande motivação pessoal para ingressar na área da oncologia. Minha missão é contribuir para a saúde e bem-estar das pessoas”.

Com um histórico majoritariamente acadêmico, depois da graduação em Biomedicina, Danielle seguiu com o mestrado e o doutorado em Neurociências. Continuou na mesma área durante o Pós-Doutorado e depois fez algumas pós-graduações lato sensu. Passou por períodos de grande aprendizado nos Estados Unidos e na Alemanha. Em 2020, ingressou na Invitrocue Brasil com uma proposta inovadora que possibilitou aplicar grande parte do conhecimento e experiência adquiridos anteriormente.

Para as meninas que demonstram interesse pela ciência, a pesquisadora afirma que “é uma área cheia de desafios e oportunidades. Pesquise sobre as inúmeras possibilidades de atuação e siga a área com a qual você mais se identifica”.

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências foi criado para lembrar que a garantia da maior representatividade está diretamente ligada à redução das situações de vulnerabilidades sociais provocadas pela desigualdade de gênero. É importante conscientizar a sociedade e fortalecer o compromisso de todos na promoção da igualdade de direitos entre meninas e meninos, homens e mulheres nos diversos níveis do sistema educacional.




Sobre a Invitrocue Brasil            
Invitrocue Brasil iniciou suas operações no país em 2020, desenvolvendo e comercializando diversas tecnologias bioanalíticas, entre elas a cultura de células 3D. Suas pesquisas estão voltadas tanto a estudos pré-clínicos quanto diagnósticos, como é o caso do Teste Onco-PDO™.

Responsável Técnico no Brasil: Invitrocue Brasil – Dra. Danielle Ferreira (CRBM: 42180 - 1ª Região)

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