Tributação mais justa para os cidadãos pode ser realidade e precisamos reforçar esse debate, dizem representantes do Sinafresp em lançamento de livro

 Sindicato promoveu noite de autógrafos para segunda edição de “Que conta é essa? O sistema tributário das desigualdades” na Livraria Cultura, em São Paulo

 

Apesar de complexo, o sistema tributário brasileiro pode se transformar em uma importante ferramenta no combate à desigualdade social. Para se tornar mais justo e progressivo, precisa ser analisado, explicado e aproximado da população. É o que defende o livro “Que conta é essa? O sistema tributário das desigualdades”. A segunda edição da obra foi lançada na terça-feira (23), na Livraria Cultura, em São Paulo, e reúne diferentes visões sobre o sistema tributário brasileiro para reforçar a discussão do tema na sociedade.


Segundo o auditor fiscal Victor Lins, organizador do livro, priorizar o tema da justiça fiscal é fundamental para corrigir desigualdades nos próximos anos. “É uma honra para mim trazer visões distintas e tão importantes sobre o sistema tributário. Três autores das principais propostas de reforma colaboram com artigos no livro, junto de outros importantes pesquisadores. Funciona como um manual para desmistificar e entender de onde vêm, para onde vão e como devem ser utilizados os recursos arrecadados pelo Estado”, explica Lins.


Editada pelo Sindicato dos Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de São Paulo (Sinafresp), em parceria com a Editora Insular, a publicação apresenta artigos de Magda Wajcberg, Bernard Appy, Bento Antunes de Andrade Maia, Eduardo Fagnani, Flavio Vilela Campos, Juliano Goularti, Larissa Luzia Longo, Luís Eduardo Shoueri, Luiz Carlos Hauly e Maria Lúcia Fattorelli.


“É uma iniciativa do Sinafresp, junto aos autores e parceiros, para auxiliarmos a sociedade a entender por que o nosso sistema tributário ainda não é adequado, as diferenças entre regressividade, característica atual, e a progressividade que buscamos. E como isso tem impacto nos preços altos que os cidadãos pagam todos os dias. Esperamos que as pessoas divulguem e se apropriem deste debate”, afirmou o presidente do Sinafresp, Marco Antonio Chicaroni.


“É muito importante a gente estudar as desigualdades que remanescem no sistema tributário brasileiro, porque temos um sistema pouco progressivo”, disse Felipe Salto, secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo. “É preciso pensar nessa dimensão no âmbito das discussões da chamada reforma tributária. E o livro faz isso com essa pluralidade de autores, como Bernard Appy e Eduardo Fagnani. Faço questão de recomendar a leitura”, afirmou.


Para Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp e autor de um dos artigos, o livro ajuda a analisar as injustiças do sistema tributário brasileiro e ressaltar a necessidade de mudanças. “O Brasil tributa muito o consumo e pouco as altas rendas, o patrimônio e a riqueza. É preciso inverter essa pirâmide. É uma ideia que está presente na proposta de reforma tributária solidária, projeto apoiado por diversas entidades que mostra a necessidade de mudar exatamente isso: uma carga excessiva sobre o consumo, que penaliza os mais pobres, e uma carga residual sobre os mais ricos”.

 

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