Cadastro Positivo pode favorecer 137 milhões de brasileiros dentro do sistema financeiro, revela estudo da Serasa Experian

Também deve gerar uma injeção da ordem de R$ 1,3 trilhão na economia do país, com impacto de 19,6% na relação crédito x PIB. População adulta da região Nordeste seria a mais beneficiada
São Paulo, 14 de março de 2019 – O Senado aprovou ontem, dia 13, o Projeto de Lei Complementar 54/19 que prevê a inclusão automática dos consumidores no Cadastro Positivo. De acordo com estudo da Serasa Experian, o sistema pode beneficiar cerca de 137 milhões de brasileiros, o que significa 88,5% da população adulta. Fazem parte deste total os 22,6 milhões de cidadãos (14,6% da população adulta) que atualmente estão fora do mercado de crédito e que seriam totalmente incluídos por já apresentarem um histórico favorável de adimplência. O levantamento revela ainda uma redução de juros para 74% das pessoas acima de 18 anos que hoje possuem acesso ao crédito.
“A aprovação do Cadastro Positivo é uma vitória para toda a sociedade brasileira. Este sistema de referência internacional é a melhor forma de saber o comportamento financeiro do consumidor e promover o crescimento sustentável do mercado de crédito”, diz o presidente da Serasa Experian e Experian América Latina, José Luiz Rossi.
O estudo – feito a partir de simulações baseadas em modelos estatísticos de score (nota de pontuação de crédito) da Serasa Experian – também revela que a adoção deste processo deve gerar uma injeção da ordem de R$ 1,3 trilhão na economia do país. Esse maior potencial de consumo teria impacto de 19,6% na relação crédito x PIB (dos atuais 47,4% para 67,0%), movimentando diversos setores econômicos, principalmente na parte de habitação e o automobilístico (veja tabela abaixo):
População do Nordeste seria a mais beneficiada
O estudo da Serasa Experian também analisou a distribuição geográfica dos brasileiros impactados com o Cadastro Positivo. O Nordeste aparece na liderança, com 90,5% (36,9 milhões) da população adulta que seria beneficiada. Na sequência estão: o Sul (89,6%), o Sudeste (88,6%), o Norte (87,3%) e o Centro-Oeste (80,4%).
Por Estado, o Maranhão aparece em primeiro lugar, com 92,6% das pessoas acima de 18 anos favorecidas com o novo sistema. Em segundo e terceiro estão o Espírito Santo (91,2%) e a Bahia, (90,9%), respectivamente. Clique aqui e veja a tabela com todos os Estados.
Cadastro Positivo proporciona inclusão financeira
Baseado em uma metodologia mais abrangente e inclusiva para concessão de crédito, o Cadastro Positivo considera a análise de todo o histórico de endividamento e de que modo a pessoa efetua o pagamento de dívidas contratadas com bancos e com empresas de comércio e de serviços (luz, água, telefone, gás). Também são avaliados compromissos financeiros a vencer.
O objetivo desse processo é valorizar aspectos positivos, como o hábito do consumidor de pagar em dia suas contas, e não se concentrar somente nas dívidas atrasadas. Essa visão inclui as pessoas no sistema financeiro e contribui para a prevenção e o combate ao superendividamento, ao sinalizar de modo claro se há espaço no orçamento para contrair mais dívidas.
O Brasil é uma das poucas grandes economias globais que ainda não considera o Cadastro Positivo. Nos países nos quais os dados positivos passaram a constar nos modelos estatísticos, entre os principais diferenciais, se verificou a maior inclusão das pessoas no crédito.
Após aprovação do Senado, o texto seguirá para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro.
Metodologia
A partir das informações cadastrais e comportamentais disponíveis em sua base de dados, a Serasa Experian identificou o total de brasileiros adultos (cerca de 137 milhões) que seriam beneficiados com a adoção do Cadastro Positivo.
Do total, 114,1 milhões possuem um score considerado adequado para obtenção de crédito no mercado e com o novo sistema podem ter melhores condições de juros. Já 22,6 milhões possuem score baixo e, por isso, não seriam aprovados numa análise de crédito por parte das empresas concedentes de crédito (bancários e não-bancários). Entretanto, esse score baixo não está associado a alguma eventual negativação, mas sim à insuficiência de informação a respeito do consumidor. Ou seja, são pessoas que estariam habilitadas para receber crédito, mas não conseguem por falta de informação – o que seria suprido com o Cadastro Positivo.
Algumas informações positivas: pagamentos de contas de energia elétrica, água, telefone fixo e móvel etc.
Para o cálculo dos impactos econômicos do Cadastro Positivo, o levantamento considerou o potencial de endividamento que estes milhões de consumidores poderiam exercer, adicionados aos impactos favoráveis em termos das novas condições de financiamento (redução dos juros) para os atuais tomadores de crédito.
 

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