A AgriZone – Casa da Agricultura Sustentável – foi oficialmente aberta em cerimônia realizada nesta terça-feira (11), no auditório principal do evento, a Arena Agritalks. O ato contou com a presença da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e de autoridades locais e nacionais, que destacaram as contribuições da Empresa para o enfrentamento das mudanças climáticas.
A AgriZone, considerada uma vitrine de inovação e sustentabilidade, está situada na Embrapa Amazônia Oriental, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).
Confira a transmissão da cerimônia no YouTube da Embrapa (a partir de 4h10).
Após apresentação de carimbó – dança típica do Pará –, o ato contou com o lançamento e entrega às autoridades de uma publicação elaborada especialmente para a COP30: “Ciência para o clima e soluções da agricultura brasileira: estratégias, tecnologias e indicadores de adaptação à mudança climática e de controle de emissões de gases de efeito-estufa na agricultura tropical.”
Brasil é referência em agricultura tropical
Em suas boas-vindas, Silvia agradeceu os cerca de 7,5 mil empregados que se uniram para aproveitar a COP30 e mostrar a importância da agropecuária brasileira para a produção de alimentos e a segurança alimentar. “Nada disso teria acontecido se não fosse a força desses empregados", disse. Ela também reconheceu o desafio de produzir mais, garantindo a conservação dos recursos naturais. “A produção de alimentos é uma questão de paz mundial", acrescentou.
A presidente mencionou tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e apresentadas na AgriZone em contribuição, especialmente, a uma agricultura de baixo carbono. E citou ainda algumas transições mundiais que precisam ser consideradas nos processos de produção, como a nutricional e a energética; além de ter reforçado a necessidade de novas tecnologias para adaptação e mitigação frente às mudanças do clima. “Para isso, precisamos de mais pesquisa, de mais ciência", avaliou.
Outro desafio mencionado é levar mais rapidamente as tecnologias aos cerca de 5 milhões de produtores, dos quais 77% são de pequeno e médio porte, e, consequentemente, a toda a sociedade brasileira. “Essa é a paixão que move esses 7,5 mil empregados da Embrapa, saber que estamos contribuindo para uma missão maior. A agricultura brasileira é parte da solução para as mudanças climáticas", concluiu Silvia.
Destaque ao papel das mulheres na ciência
A ministra de Ciência,Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, destacou a representatividade das mulheres na ciência, posicionando-se como a primeira mulher à frente da pasta e referindo-se a Silvia na presidência da Embrapa. Também afirmou que a Empresa é patrimônio brasileiro e uma das instituições mais importantes do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). “É orgulho nacional e transformou a realidade da nossa principal atividade econômica do país: a agropecuária”, disse.
Luciana também lembrou das pesquisadoras que não são reconhecidas e destacou o papel de outras cientistas de renome, como Johanna Döbereiner e Mariangela Hungria, esta última recentemente laureada pelo World Food Prize. “A inclusão das mulheres, além de justiça, é questão de excelência, porque a diversidade gera excelência", completou.
Manifestação das autoridades
"Por meio dos nossos pesquisadores, chegamos aonde chegamos. Sintam-se honrados em trazer o mundo a nossos pés aqui hoje”, afirmou o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), Marcelo Fiadeiro, ao abrir sua fala. Ele ressaltou o papel da agricultura nacional na alimentação de cerca de um bilhão de pessoas, valorizando o empenho da pesquisa em desenvolver formas para produzir mais, com mais sustentabilidade. “Temos muito orgulho de termos um parceiro como a Embrapa", disse.
O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) destacou a alegria, a gratidão e o orgulho como brasileiro ao observar as transformações com origem nas entregas da Embrapa. Ao enumerar diversas tecnologias da Empresa, reforçou a instituição como indispensável para superar os desafios da mudança climática. “Graças a esses técnicos, muitas tecnologias foram desenvolvidas e transformaram o Brasil num dos principais produtores de alimentos do mundo, que tem uma agricultura exemplar do ponto de vista da sustentabilidade", acrescentou.
O ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, também reconheceu o papel da Empresa. "Recebemos a missão de tirar o Brasil do mapa da fome e isso não seria possível sem o conhecimento que o País tem por meio da Embrapa e da capacidade técnica dos produtores brasileiros pelos avanços na área", destacou. Dias reforçou a parceria com o MDS e o MDA e, usando o Pará como exemplo, mencionou áreas degradadas que foram recuperadas a partir de ações resultantes dessa parceria.
Por fim, a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda Machiaveli, representando o ministro Paulo Teixeira, celebrou a AgriZone como espaço importante para promoção do debate da agricultura familiar quanto às mudanças climáticas. “A agricultura familiar não é a que emite, mas é a mais impactada. Esse impacto não é igual, mas afeta os mais vulneráveis. A agricultura familiar tem o desafio de produzir alimentos e fazer adaptação nesse novo contexto climático. E a Embrapa tem sido grande parceira em todos esses desafios ”, finalizou.
Também participaram do ato o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luiz Antônio Elias, e a reitora da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Janae Gonçalves. A solenidade ainda foi acompanhada por parceiros e por empregados da Embrapa.
Francisco Lima (13696 DRT/RS)
Embrapa
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