Pesquisadores da USP realizaram
experimentos com dezenas de voluntários em um simulador de direção que
reproduz de forma realista qualquer tipo de rodovia
2: Professora Ana Paula e o aluno Alex Taima Costa, estudante do curso de engenharia civil da EESC e ex-bolsista de iniciação científica da FAPESP. Foto: Henrique Fontes - EESC/USP3: Estudo foi realizado com o simulador de direção da EESC, capaz de reproduzir virtualmente qualquer rodovia de forma realista. Foto: Henrique Fontes - EESC/USP4: Pesquisa da EESC mostrou que jovens se arriscam mais em ultrapassagens perigosas. Foto: Pexels
O trabalho foi desenvolvido no Departamento de Engenharia de Transportes (STT) da EESC, sob coordenação da professora Ana Paula C. Larocca. Para elaborar a pesquisa, os cientistas convidaram 100 voluntários de todas as faixas etárias e com habilitação para participar de experimentos em um simulador de direção capaz de reproduzir virtualmente qualquer tipo de rodovia de forma realista. O equipamento conta com três telas que projetam as imagens da pista, sistema de som, cockpit de carro equipado com volante, pedais e alavanca de câmbio, além de quatro câmeras com um software que acompanha o olhar dos motoristas e avalia se os condutores estão observando sinalizações e objetos durante o caminho. Uma rodovia de pista simples com mão dupla foi projetada especialmente para a pesquisa, propondo aos motoristas que fizessem as ultrapassagens no momento em que julgassem adequado.
“A
pesquisa comprovou que jovens do sexo masculino tendem a se arriscar
mais neste tipo de ultrapassagem perigosa. Observamos que eles colavam
bastante na traseira do veículo da frente e realizavam várias tentativas
mal sucedidas de ultrapassagem, tendo que retornar à posição de origem.
Muitas vezes eles faziam ultrapassagens enquanto um veículo vinha no
sentido oposto, ao contrário das mulheres, que esperavam o carro passar.
Esse comportamento mais agressivo dos homens dessa faixa etária pode
ser explicado por um maior excesso de confiança, que acaba elevando o
risco da condução, tanto é que eles fazem parte do grupo que mais se
envolve em acidentes”, explica a docente.
Segundo o DATATRAN, banco de dados da Polícia Rodoviária Federal, 94% dos condutores envolvidos anualmente em acidentes de colisão frontal no Brasil são homens. Entre 2008 e 2018, foram 15 mil mortes, sendo que motoristas entre 20 e 50 anos são os que mais aparecem nas tragédias. No mesmo período, ocorreram ao todo no país 1,5 milhão de acidentes em rodovias federais e, embora as colisões frontais representem apenas 3,2% do total, elas são responsáveis por 31% das mortes: em dez anos, foram 25 mil óbitos registrados, além de 17 mil feridos graves e 25 mil feridos leves.
Segundo o DATATRAN, banco de dados da Polícia Rodoviária Federal, 94% dos condutores envolvidos anualmente em acidentes de colisão frontal no Brasil são homens. Entre 2008 e 2018, foram 15 mil mortes, sendo que motoristas entre 20 e 50 anos são os que mais aparecem nas tragédias. No mesmo período, ocorreram ao todo no país 1,5 milhão de acidentes em rodovias federais e, embora as colisões frontais representem apenas 3,2% do total, elas são responsáveis por 31% das mortes: em dez anos, foram 25 mil óbitos registrados, além de 17 mil feridos graves e 25 mil feridos leves.
A
pesquisa da USP também demonstrou que homens de 25 a 35 anos têm 36%
mais chances de se arriscarem em ultrapassagens em pista simples do que
homens mais velhos e mulheres. De acordo com a professora Ana Paula,
resultados como os obtidos no trabalho podem colaborar para a criação de
campanhas de conscientização, de estímulo ao bom comportamento e de
percepção de risco voltadas a esse público. Além disso, outras possíveis
ações são a instalação de novas placas, estabelecimento de normas
técnicas, obras de infraestrutura ou até, em último caso, a total
reformulação da geometria da rodovia.
No estudo, que faz parte da tese de doutorado de Aurenice da Cruz Figueira, os pesquisadores também investigaram os fatores que influenciam as ultrapassagens em rodovias de pista simples, com foco nos efeitos que a velocidade e o modelo do veículo que está à frente podem gerar. Os resultados mostraram que, em média, quando o motorista da frente estava a uma velocidade de 60km/h, quem vinha atrás já demonstrava a intenção de ultrapassá-lo, começando a realizar algumas manobras laterais. Se o veículo da frente era um caminhão, as tentativas de ultrapassagem eram mais frequentes. Em todos os resultados, os homens se mostraram mais dispostos a se arriscar, mesmo que os veículos da frente estivessem acima dos 60km/h.
No estudo, que faz parte da tese de doutorado de Aurenice da Cruz Figueira, os pesquisadores também investigaram os fatores que influenciam as ultrapassagens em rodovias de pista simples, com foco nos efeitos que a velocidade e o modelo do veículo que está à frente podem gerar. Os resultados mostraram que, em média, quando o motorista da frente estava a uma velocidade de 60km/h, quem vinha atrás já demonstrava a intenção de ultrapassá-lo, começando a realizar algumas manobras laterais. Se o veículo da frente era um caminhão, as tentativas de ultrapassagem eram mais frequentes. Em todos os resultados, os homens se mostraram mais dispostos a se arriscar, mesmo que os veículos da frente estivessem acima dos 60km/h.
Os resultados da pesquisa geraram dois artigos que foram publicados em revistas científicas internacionais (Link 1 e Link 2).
Criado pelo Grupo de Estudos em Segurança Viária do STT, o simulador
utilizado no estudo contará em breve com uma nova estrutura. Ele será
incorporado a um veículo de verdade, buscando tornar a experiência do
usuário mais real e imersiva. Outras pesquisas estão sendo conduzidas
com o auxílio da tecnologia, entre elas, trabalhos sobre a redução de
acidentes por meio de mudanças na sinalização de rodovias; análises e
atualização de manuais de sinalização em zona de obras e serviços;
melhorias em trechos que estão sujeitos à neblina; estudos sobre as
dimensões de placas de limite de velocidade na percepção do motorista; e
pesquisas com ferramentas para a condução autônoma de veículos.
As pesquisas com o simulador de direção são financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Confira, abaixo, um vídeo que demonstra como funciona o simulador de direção da EESC.
As pesquisas com o simulador de direção são financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Confira, abaixo, um vídeo que demonstra como funciona o simulador de direção da EESC.
Por Assessoria de Comunicação da EESC/USP
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