Polícia deixa Secretaria de Educação levando mala de documentos

Operação investiga organização criminosa que fraudava licitações para a construção e reforma de escolas estaduais

Fernanda Palheta e Mirian Machado
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Além da mala de documentos, os policiais federais deixaram a SED com caixas e pastas com documentos (Foto: Mirian Machado)Além da mala de documentos, os policiais federais deixaram a SED com caixas e pastas com documentos (Foto: Mirian Machado)
Depois de três horas e meia, policiais federais que cumpriram mandados de busca e apreensão na SED (Secretaria de Estadual de Educação) acabaram de deixar o prédio com uma mala de documentos. A ação faz parte da Operação Nota Zero, deflagrada na manhã desta quarta-feira (8).
Durante a ação, no início da manhã, uma equipe da PF já havia deixado a Secretaria com um malote. Por volta de 8h, a primeira leva com documentos apreendidos chegou a Superintendência PF.
A PF realizou a ação na Coordenadoria de Infraestrutura da Secretaria. Apenas as chefias da Secretaria permaneceram no prédio. Uma fita zebrada na escada de acesso ao piso superior da SED ainda impede a passagem. Segundo informações, as atividades no piso térreo seguiram normalmente durante a ação da PF.
Pegos de surpresa, os servidores estaduais da SED foram impedidos de entrar no prédio às 7h30 quando tem início o expediente. Todos os funcionários da SED ficaram por cerca de 20 minutos do lado de fora do prédio no Parque dos Poderes, enquanto policiais vasculhavam o prédio. Os funcionários foram dispensados e deve retornar o trabalho a partir de 12h.
Fraude - A ação mira contratos fraudulentos que podem chegar a quase R$ 10 milhões. As irregularidades são investigadas em obras de reforma e construção de escolas, principalmente, de período integral. Em um dos casos, a PF investiga uma empresa que foi criada apenas 6 dias antes de edital  ser publicado para obras na SED. O prazo indica manobra com cartas marcadas para vencer a concorrência.
Ainda conforme a Polícia Federal, há servidores em cargo de chefia envolvidos no esquema de pagamento de proprinas mensalmente, como uma mesada. A fraude envolve 11 empresas, contempladas com 1 licitação cada, sempre com o preço máximo estabelecido para a obra.
Um dos funcionários foi filmado recebendo R$ 6 mil de empresário e grampos telefônicos revelaram “jeitinho” para lucrar em obras.
 

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