Autora é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da UFSCar

Autora é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da UFSCar

O livro "Epígrafes e Diálogos na Poesia de Machado de Assis", de autoria de Audrey Ludmilla do Nascimento Miasso, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura (PPGLit) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e publicado pela editora da Instituição, a EdUFSCar, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em 2017, ficou em terceiro lugar na categoria ensaio literário do Prêmio Literário da Biblioteca Nacional. 
Resultado da dissertação de mestrado de Miasso, orientada pelo professor Wilton Marques, do Departamento de Letras (DL) da UFSCar, o livro nasceu da observação das recorrentes epígrafes que abrem a maioria dos poemas de Machado de Assis. Embora o escritor seja pouco conhecido enquanto poeta, o fundador da Academia Brasileira de Letras iniciou sua carreira escrevendo versos e não os abandonou, apesar de ter, ao longo do tempo, diminuído sua produção poética. "O livro fala das epígrafes, que são pequenos trechos que estão nos poemas de Machado de Assis, da forma como eles dialogam com a poesia e como foram aproveitados na poesia machadiana", descreve Miasso.
A obra tenta entender e revelar a relação entre a poesia machadiana e as epígrafes escolhidas pelo autor para seus poemas. Esses diálogos revelam autores que de alguma forma fizeram parte da formação inicial de Machado de Assis. "Por exemplo, os nomes que assinam as epígrafes são possíveis leituras que influenciaram a escrita machadiana, no período em que a crítica chama de primeira fase de sua carreira. Entretanto, pode-se extrair das epígrafes mais que apenas nomes e influências, mas o próprio diálogo entre os textos literários", explica Miasso. Alguns nomes que aparecem nessas epígrafes são Victor Hugo, Alfred Musset, Dante Alighieri, Homero, Gonçalves Dias, Camões, William Shakespeare e outros.
Além disso, o livro abre espaço para repensar o próprio papel da epígrafe dentro dos textos literários. "A epígrafe não é exclusividade da poesia machadiana e não se comporta dentro do texto como uma citação ordinária. Além de ocupar um lugar de destaque, o modo como o texto literário epigrafado se apresenta revela um diálogo todo específico desse tipo de relação", afirma a pesquisadora.
A cerimônia de entrega do Prêmio Literário da Biblioteca Nacional está prevista para 4 de dezembro.
Capa do livro premiado (Foto: Divulgação)

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