É preciso combater notícias falsas sobre colesterol e estatinas

Para salvar vidas e reduzir riscos de doenças cardiovasculares, é importante combater notícias falsas, cuja veiculação é crescente na internet, que ignoram riscos representados pelo chamado colesterol ruim e atacam medicamentos utilizados no seu controle

"O fato mais provado em toda a história médica é que baixar os níveis da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL) reduz os riscos de doenças cardiovasculares". A afirmação foi feita pelo médico Philip Barter, da University of New South Wales de Sidney, Austrália, um dos mais reconhecidos especialistas mundiais no tema, durante o 39º Congresso da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), em simpósio conjunto desta entidade e da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS). Ele enfatizou que todos os estudos científicos até hoje realizados demonstraram que o chamado colesterol ruim é uma das causas das doenças cardiovasculares.
Por essa razão, o médico brasileiro Raul Dias dos Santos Filho, presidente eleito da IAS para o período 2018-2021 e diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, afirmou: "É preciso combater informações falsas sobre eventuais efeitos danosos das estatinas, medicamentos utilizados para a redução dos níveis de LDL, bem como as que ignoram o risco representado por esse colesterol". As informações equivocadas podem levar as pessoas a abandonarem o tratamento ou desestimular o início do uso dos medicamentos, aumentando os riscos.
O médico Marcelo Chiara Bertolami, diretor de Divisão Científica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, reiterou que "quanto menor for o nível de LDL no sangue, menor será o risco cardiovascular". Os três especialistas que palestraram no simpósio alertaram para outro aspecto importante: além do combate ao colesterol ruim e ao triglicérides, é fundamental eliminar outras causas de doenças cardiovasculares, como o sobrepeso/obesidade, tabagismo, consumo em excesso de álcool, vida sedentária, hipertensão e estresse. Pacientes com diabetes também precisam de especial atenção.

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