Comércio segue contratando; agricultura e construção civil lideram as demissões, mostra boletim do Ceper/Fundace

A partir da análise dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Boletim Mercado de Trabalho do Ceper/Fundace aponta que na região de Ribeirão Preto somente o município de Sertãozinho apresentou demissões líquidas no mês de outubro de 2017.

Em nível nacional, registrou-se a criação de 76.599 postos líquidos de trabalho. Outubro foi o sétimo mês consecutivo de criação líquida de vagas, com reversão positiva do cenário de aproximadamente 75 mil demissões exibido no mês de outubro de 2016. Dos setores analisados, somente Construção Civil e na Agropecuária tiveram saldo de demissões líquidas.

Todas as regiões analisadas pelos pesquisadores do Ceper apresentaram melhora de desempenho no acumulado dos últimos doze meses (de novembro de 2016 a outubro de 2017) em comparação com o resultado dos doze meses imediatamente anteriores (de novembro de 2015 a outubro de 2016), embora o acumulado dos últimos doze meses ainda se mantenha com saldo de demissões líquidas. O município de São José do Rio Preto é o único que apresenta saldo positivo no acumulado do período.

Entre os setores, a Construção Civil foi o que mais demitiu, enquanto o Comércio foi o setor que mais contratou, com um total de 37.321 novas vagas líquidas. Os segmentos de melhor desempenho foram o Comércio Varejista de Artigos do Vestuário e Acessórios e o Comércio Varejista de Mercadorias em Geral (com Predominância de Produtos Alimentícios), que juntos foram responsáveis por pela contratação de 12.855 novos funcionários em termos líquidos.

O Índice de Confiança do Comércio divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou crescimento de 3,3 pontos entre setembro e outubro de 2017 e atingiu 92,5 pontos em uma escala de zero a 200 pontos. "Este resultado representa maior confiança dos empresários e a recuperação do setor que vem sendo refletida ao longo dos últimos meses. A tendência é que novos postos de trabalho sejam criados e que ocorram melhoras neste setor", prevê o pesquisador Sergio Sakurai.

A Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP) registrou a criação de 362 vagas líquidas em outubro, montante positivo e superior ao mês de setembro, que apresentou o fechamento de mais de 700 vagas líquidas.

Apenas os setores de Comércio e Serviços apresentaram contratações líquidas, sendo os segmentos de Comércio Varejista de Mercadorias em Geral e o de Restaurantes e Outros Estabelecimentos de Serviços de Alimentação responsáveis pela criação de 117 e 112 vagas líquidas respectivamente. A agropecuária, por sua vez, foi o setor que mais demitiu, destruindo 253 vagas.

O acumulado em doze meses se manteve negativo, porém inferior aos doze meses imediatamente anteriores, que registrou o montante de 8.744 demissões líquidas.

O município de Ribeirão Preto registrou a abertura de 756 postos de trabalho em outubro de 2017, montante positivo e superior aos 316 postos fechados em setembro. O setor de Serviços foi o que mais contratou, sendo o segmento de Restaurantes e Outros Estabelecimentos responsável pela criação de 451 postos líquidos. Somente o setor da Construção Civil apresentou demissões, sendo o segmento de Obras de Acabamento responsável pelo fechamento de 104 postos líquidos de trabalho.

O acumulado em doze meses se manteve negativo, com 850 demissões líquidas, embora este seja um montante inferior às 3.925 demissões líquidas registradas nos doze meses imediatamente anteriores.

O município de Sertãozinho encerrou o mês de outubro de 2017 com o fechamento de 260 vagas líquidas, uma reversão negativa frente a criação de 235 vagas líquidas observada em outubro de 2016.

Os setores do Comércio, Serviços e Agropecuária criaram vagas líquidas. O setor da Indústria, por sua vez, foi o que mais demitiu, com 312 vagas líquidas destruídas, seguido pela Construção Civil, com 23 demissões líquidas.

O saldo acumulado entre novembro de 2016 e outubro de 2017 se manteve negativo registrando 950 demissões, porém inferior às 1.753 demissões líquidas registradas nos doze meses imediatamente anteriores.

O município de Franca registrou a criação de 569 postos líquidos de trabalho, montante positivo e superior ao valor de uma demissão líquida que ocorreu em outubro de 2016. Todos os setores, exceto o da Construção Civil, apresentaram contratações. O Comércio foi o que mais contratou sendo o segmento de Comércio Varejista de Mercadorias em Geral (com Predominância de Produtos Alimentícios) responsável por 78 postos de trabalho. A construção Civil, por sua vez, destruiu 23 postos líquidos, sendo o segmento de Construção de Edifícios responsável por 39 demissões.

O acumulado em doze meses se manteve negativo, com 617 demissões líquidas, mas em montante inferior às 2.616 demissões líquidas registradas nos doze meses imediatamente anteriores.

Por fim, o municípiode São José do Rio Preto registrou a criação de 656 vagas líquidas, montante positivo e superior às 167 vagas que foram destruídas em outubro de 2016. O setor de Serviços foi o que mais contratou, com a criação de 304 vagas líquidas, sendo o segmento de Transporte Rodoviário Coletivo de Passageiros responsável pela criação de 121 vagas. O setor da Construção Civil, por outro lado, foi o que mais destruiu vagas, sendo o segmento de Construção de Rodovias e Ferrovias responsável pela destruição de 45 vagas líquidas.

O saldo acumulado entre novembro de 2016 e outubro de 2017 registra criação líquida de 1.219 vagas, reversão positiva do saldo de destruição de 5.800 vagas líquidas entre novembro de 2015 e outubro de 2016, sendo verificado desempenho relativo favorável em quase todos os setores em função da queda do número de demissões ou reversão de demissões para admissões líquidas.

Análise – Os dados apresentados nesta edição do boletim Mercado de Trabalho do CEPER-FUNDACE confirmam a percepção de recuperação do mercado de trabalho já discutida nas edições mais recentes do boletim.

As informações disponibilizadas pela PNAD contínua do IBGE indicam uma melhora no mercado de trabalho, refletida em uma taxa de desocupação estimada em 12,2% no trimestre móvel referente aos meses de agosto a outubro de 2017, o que representa uma queda de 0,6 pontos percentuais frente ao trimestre móvel anterior (entre Maio e Julho de 2017), quando essa taxa atingiu o patamar de 12,8%.

Quando comparado com o patamar mais alto do desemprego, que chegou a 13,7% (entre Janeiro a Março de 2017), a percepção de recuperação do mercado de trabalho torna-se ainda mais real. Apesar dessa melhora, na comparação com o mesmo trimestre de 2016 (entre Agosto a Outubro de 2016), quando a taxa de desocupação fora estimada em 11,8%, o quadro de alta taxa de desocupação permanece.

Quanto ao número de pessoas desocupadas, entre Agosto a Outubro de 2017 foi estimado um contingente de 12,7 milhões de pessoas, uma diminuição de 586 mil pessoas na condição de desocupados frente ao valor apresentado no trimestre móvel anterior, quando essa cifra atingiu 13,2 milhões. Quando comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, quando o número de desocupados foi estimado em 12 milhões de pessoas, houve um aumento de 698 mil desocupados na força de trabalho, o que representa um crescimento de 5,8%.

O rendimento real habitual médio recebido pelas pessoas ocupadas entre Agosto a Outubro de 2017 fechou em R$ 2.127, um valor estável comparado aos R$ 2.119 recebidos no trimestre anterior, e aos R$ 2.076 do mesmo trimestre de 2016. Na comparação com o trimestre anterior o rendimento manteve-se estável para todos os agrupamentos de atividade, ao passo que na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior apenas o agrupamento Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura apresentou elevação na renda média de 5,7%.

A análise por grupo de atividades revela que, em comparação com o trimestre móvel anterior, os setores que se destacaram positivamente foram Construção e Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, com saldo positivo de 169 mil pessoas e 311 mil pessoas, respectivamente.

Quando comparado com igual trimestre de 2016, o destaque negativo fica para o agrupamento Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura, com redução de 4,7% (ou 419 mil pessoas). Em contraposição a esses setores, os melhores desempenhos vieram dos agrupamentos Alojamento e Alimentação e Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, com um crescimento de 10,4% (ou 494 mil pessoas) e 5,6% (ou 540 mil pessoas), respectivamente.


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