Delegado de Polícia Higor Jorge, escolhido entre os melhores do Brasil

 
Os delegados de polícia Higor Vinícius Nogueira Jorge e Francisco Sannini Neto, ambos do Estado de São Paulo, estão entre os melhores delegados de polícia do Brasil. É o que diz um levantamento do Portal Nacional dos Delegados & Revista da Defesa Social, que procurou reconhecer e homenagear os delegados que se destacaram nas atividades jurídica, investigativa e de gestão.

Higor Jorge e Francisco Sannini foram eleitos na categoria Jurídica, tendo as próprias trajetórias reconhecidas e premiadas através do empenho e da excelência dos serviços prestados à sociedade.

Além deles, os delegados Alessandro Barreto, Bruno Zanotti, Cleopas Isaías, Emerson Wendt, Henrique Hoffmann e Márcio Anselmo também foram eleitos na mesma categoria, dentre os delegados de polícia de todo o Brasil.

Para falar sobre a premiação e outros temas atrelados a segurança pública, o jornal Folha Noroeste coversou com o delegado Higor Vinicius Nogueira Jorge.

Folha Noroeste - Há quantos anos o senhor exerce a função de delegado de polícia e em quais cidades que já trabalhou?

Higor Jorge - Tomei posse como delegado de polícia em 2004. Anteriormente já trabalhei como recenseador do IBGE, escriturário da prefeitura e advogado. Em 2004 iniciei minha carreira no plantão policial em São Paulo, no 46º DP – Perus, depois 91º DP – Ceasa, depois 27º DP – Campo Belo e depois na Divisão de Inteligência Policial do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Em 2008 solicitei transferência para a cidade de Lins, aonde trabalhei na Assistência da Seccional, Centro de Inteligência, 2º DP e Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes. Em 2009 passei a trabalhar na minha cidade natal, Santana da Ponte Pensa, depois Cardoso e atualmente em Santa Fé do Sul.

Folha Noroeste - Depois desse tempo exercendo a função de delegado, como é estar entre os "Melhores Delegados de Polícia do Brasil em 2017"?

Higor Jorge - Fiquei muito feliz ao saber da homenagem e estendo os cumprimentos a Deus, aos meus familiares, a todos delegados, policiais civis e policiais militares que já trabalhei e/ou ainda trabalho, pois devo a todas essas pessoas qualquer elogio que receber, pois aprendi e tenho aprendido no dia a dia com todos. Lógico que não posso me esquecer de enaltecer o exemplo dos meus pais, na vida pessoal e também na vida policial, que me ensinam todo dia novas lições sobre como exercer o trabalho policial com dignidade e respeito ao próximo.

Folha Noroeste - Essa escolha se baseou em algum trabalho específico ou é um apanhado geral durante a carreira?

Higor Jorge - Tivemos a oportunidade de participar da elaboração de algumas obras, principalmente relacionadas com investigação criminal, crimes cibernéticos, inteligência policial, dentre outros assuntos e também visitar quase todos estados da federação para capacitar os policiais civis sobre procedimentos de investigação de crimes eletrônicos. Há alguns anos esse tema era ainda muito recente e não existiam ainda publicações especializadas sobre isso. Em conjunto com o delegado Emerson Wendt, do Rio Grande do Sul, foi possível criar métodos de investigação de crimes eletrônicos que foram adotados em todo o país e creio que esses aspectos ajudaram a nortear nossa escolha.

Folha Noroeste - Quais foram os principais livros que você publicou?

Higor Jorge - "Inquérito Policial – Doutrina e Prática", em parceria com outros autores, pela Editora Mallet (1ª edição – 2017 – no prelo). "Combate a Exploração Sexual Infantil – Doutrina e Prática", em parceria com outros autores, pela Editora Mallet (1ª edição – 2017). "Temas atuais de Polícia Judiciária", em parceria com outros autores, pela Editora Juspodivm (1ª edição – 2015; 2ª edição – 2016). "Combate ao Crime Cibernético – Doutrina e Prática", em parceria com outros autores, pela Editora Mallet (1ª edição – 2016). "Crimes Cibernéticos: ameaças e procedimentos de investigação" em parceria com o delegado Emerson Wendt, pela Editora Brasport (1ª edição – 2012; 2ª edição – 2013). "Integração Nacional dos Setores de Inteligência Policial", em parceria com Luis Fernando Camargo da Cunha Lima, Roberto de Mello Annibal e Wilson Correia Silva, pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo – ADPESP (2007).

Folha Noroeste - Considerando que em Santa Fé tem uma faculdade de direito e que muitos de seus alunos sonham com a carreira policial, qual o seu conselho para esses jovens?

Higor Jorge - Tenho comentado com todos que almejam os concursos da polícia civil ou outros concursos públicos, que escolham o concurso que sonham, analisem o edital do concurso, estudem de forma persistente o edital e, principalmente, que tenham foco e procurem otimizar o tempo disponível. Já ouvi falar várias vezes e tenho notado na prática que quanto menos tempo temos, melhor podemos utilizar o tempo, assim, consideramos importante que saibam utilizar o tempo de forma a diariamente cumprir suas metas de estudo visando estudar cada ponto do edital e depois revisar inúmeras vezes cada ponto estudado, não se esquecendo de fazer muitos exercícios sobre cada aspecto do edital para ajudar a assimilar o conteúdo necessário para aprovação.

Folha Noroeste - É sabido que hoje o País sofre pela falta de segurança. Em Santa Fé a situação não é diferente. Em sua opinião, como a população santa-fé-sulense poderia se precaver mais para evitar os inúmeros furtos em residências? E por outro lado, evitar que seus filhos se envolvam com drogas?

Higor Jorge - Como apregoa a Constituição Federal, a segurança pública é um dever do Estado, mas também um direito e responsabilidade de todos. Todos temos que nos conscientizar da importância de adotar comportamentos seguros. Esse tipo de comportamento vai desde tomar cuidado com o que é publicado nas redes sociais, o que é falado com os vizinhos, a forma de deixar o carro estacionado ou deixar a casa trancada. Existe uma infinidade de comportamentos seguros que devem ser adotados por todos. Quanto ao problema do envolvimento dos jovens com as drogas pensamos que o melhor caminho é o diálogo. A escola promove a instrução dos filhos, mas a educação tem que ser semeada em casa. Manter os filhos longe das drogas é sinônimo de conversar muito com eles, dar exemplos e conscientizar eles dos perigos que envolvem o consumo de drogas, sejam drogas proibidas, como a maconha, o crack, a cocaína e as drogas sintéticas muito comuns em raves, como também drogas permitidas, como o álcool, o cigarro e o consumo abusivo de medicamentos.

Currículo resumido: Delegado de Polícia da Polícia Civil do Estado de São Paulo; membro da Associação Internacional de Investigação de Crimes de Alta Tecnologia (HTCIA); especializando no MBA "Corrupção: controle e repressão aos desvios de recursos públicos" pela Universidade Estácio de Sá; professor dos cursos de formação e aperfeiçoamento da Academia de Polícia do Estado de São Paulo e do Estado de Sergipe; professor de inteligência cibernética da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da Justiça; palestrante do curso de inteligência estratégica da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – representação de Campinas; titular da cadeira 30 da Academia de Ciências, Artes e Letras dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo; membro consultor da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes de Alta Tecnologia e da Comissão de Ciência e Tecnologia da OAB-SP; diretor do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (2011/2013 e 2014/2016); presidente do Conselho de Ética da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (2015/2017).

Comentários