Condições financeiras e endividamento são apontados como os principais motivos para não presentear no Dia das Mães, aponta FecomercioSP

 
Segundo dados da Entidade, 74% dos consumidores que pretendem presentear na data vão realizar o pagamento à vista, evitando novas dívidas
 
São Paulo, 11 de maio de 2017 - Tudo indica que as compras para o Dia das Mães, que será celebrado no próximo dia 14, seguirão a tendência de 2016. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 59% dos consumidores pretendem presentear as mamães na data, valor idêntico ao apurado no ano passado, mas inferior à média histórica, de 64%. A sondagem foi realizada no dia 5 de maio, com 1.120 entrevistados na capital paulista.
 
O número de pessoas que responderam à pesquisa e que não pretendem comprar presente para as mães aumentou de 19% (em 2016) para 25% neste ano. Esse porcentual, somado aos que dizem que não têm contato com as mães (que caiu de 21% para 15%), chega a 40%, valor também igual ao de 2016. Dessa forma, o que pode ter acontecido foi uma transferência, mas a intenção final é a mesma: não presentear.
 
O motivo mais destacado entre os que não comprarão um presente é o endividamento ou a ausência de condições financeiras (45%), ante os 52% que alegaram o mesmo motivo no ano passado. Na sequência, outros motivos correspondem a 36% - alta significativa em relação aos 16%, em 2016 e 9% dizem que não costumam dar presentes em datas comemorativas, contra os 16% que afirmaram o mesmo motivo no ano passado.
 
De acordo com a pesquisa da FecomercioSP, o valor médio que os paulistanos devem gastar com os presentes deve cair de R$ 177 para R$ 173 neste ano.  Na análise dos dados por gênero, os homens devem gastar mais que as mulheres - R$ 196 contra R$ 150.
 
O setor que poderá atrair mais consumidores é o de vestuário, calçados e acessórios, com 40% da preferência. Em segundo lugar estão os perfumes e cosméticos, com 19%. O aumento mais expressivo foi observado no grupo de outros, que passou de 6% para 10%. Itens como chocolates, bijuteria e Serviço Personalizado de Atendimento (SPA) não alcançaram nem mesmo 1% da preferência dos filhos.
 
Coincidentemente, os produtos mais desejados pelas mães para este ano são vestuário, calçados e acessórios (29%) e perfumes e cosméticos (13%), embora itens como celulares (10%), eletrodomésticos (9%) e aparelhos de TV e som (5%) também estejam na lista.
 
Sem novas dívidas
Os dados da sondagem da Federação neste ano mostram que desemprego e as condições financeiras desfavoráveis são fatores que ainda preocupam os paulistanos e intimidam um consumo mais expressivo para o Dia das Mães. Com isso, o consumidor quer evitar contrair novas dívidas. Além disso, 94% dos entrevistados não estão dispostos a recorrer a financiamentos ou empréstimos para comprar presentes na data. Aqueles que pretendem pagar o presente à vista, seja com dinheiro, cheque ou cartão de débito, seguem como a mais escolhida, com correspondem a 74% do total. Há um ano, essa proporção era de 77%. O percentual dos que afirmaram que devem gastar no cartão de crédito subiu de 21% para 25%, em 2017. A Entidade aponta que, curiosamente, quando realiza sondagem com os lojistas após a data comemorativa, cerca de 70% dos consumidores - como foi em 2016 - pagaram com cartão de crédito. A partir desse dado, uma possível conclusão é a de que o desejo do consumidor é liquidar a compra à vista, mas foi necessário o uso do cartão de crédito.
 
A FecomercioSP destaca que, na comparação com 2016, a pesquisa mostrou um avanço de 10% para 17% de paulistanos que acham o ambiente atual melhor para presentear as mães. Para 55% dos entrevistados, o quadro econômico atual é pior, porém, no ano passado, 73% dos entrevistados responderam negativamente. A Federação ressalta que o auge da crise de confiança, de acordo com os indicadores da Entidade, foi no primeiro semestre de 2016, ou seja, a melhora relativa se dá sobre um cenário já muito ruim.
 
Vendas on-line
Estimativas da Ebit mostram que o faturamento nominal no setor de e-commerce brasileiro deve movimentar R$1,73 bilhão, alta de 7% ante ao mesmo período em 2016, quando foi registrado R$1,62 bilhão. Os produtos que devem aparecer com um maior percentual de vendas no comércio eletrônico para o período são: smartphone, TV, produtos de perfumaria e cosméticos (principalmente perfumes e cuidados pessoais), vinhos, flores e cestas de café da manhã, além de moda e acessórios.
 
Para Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, a expectativa para este ano está bem alinhada com o que tem sido observado no comércio eletrônico nos três primeiros meses de 2017. "Embora a estimativa do tíquete médio seja de R$ 416, podemos encontrar produtos nesta lista a partir de R$ 50 mostrando opções bem diferenciadas, agradando consumidores com orçamentos mais apertados até os mais abonados".
 
Ainda de acordo com Guasti, em meio à crise que assolou a economia brasileira, o comércio eletrônico tem sido uma saída para a busca e pesquisa por melhores preços e condições de pagamento. "O que tem mudado nos hábito dos consumidores é o aumento do uso de smartphones para pesquisas de preços e também para compras. É muito maior hoje o acesso vindo de smartphones do que de desktop nos sites, o que tem sido fundamental para as lojas se adequarem para esse novo formato de vendas. Hoje, as compras realizadas por meio de dispositivos móveis tem participação de 25% do total do faturamento do comércio eletrônico", reforça Pedro Guasti.
 
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 156 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc-SP) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-SP). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista - aproximadamente 4% do PIB brasileiro - e gera 5 milhões de empregos. 

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