Justiça Estadual de
Urânia/SP, em atendimento à representação da PF de Jales e concordância do MPE,
converteu as prisões temporárias em preventivas e mandou prender mais um ex-assessor
do RH.
Policiais federais de Jales cumpriram
na manhã desta terça-feira (04), mais um mandado de prisão preventiva na cidade
de Urânia/SP no decorrer das investigações relativas à Operação Repartição, que
investiga desvios de recursos públicos provenientes da repatriação federal. Na
quinta-feira passada (30), o ex-prefeito municipal, F.A.S., dois ex-assessores
jurídicos, F.A.P. e R.R.C.B e o chefe de RH, A.G.J., foram presos temporariamente
por 5 dias, mas agora a prisão foi convertida em preventiva e eles ficarão
presos por tempo indeterminado, a critério da Justiça.
B.C.S, ex-servidor do setor de
recursos humanos (RH) da Prefeitura, foi preso hoje (04/04) de manhã em sua casa em Urânia/SP.
Ele foi conduzido coercitivamente na deflagração da operação, foi interrogado,
caiu em contradição e depois disse que desejava permanecer em silêncio. B.C.S.
também foi apontado por outros servidores como sendo o verdadeiro chefe do RH
da prefeitura.
A.G.J., suposto ex-chefe do RH, preso
desde a última quinta-feira, confessou que embora figurasse como chefe do setor
e servidor da prefeitura há vários anos, na verdade não trabalhava na
prefeitura e eventualmente era chamado por para assinar alguns documentos no
setor de RH e assinar seu contracheque. Era um verdadeiro funcionário
“fantasma” da prefeitura.
Nos documentos apreendidos na
residência de A.G.J., os federais localizaram recibos de pagamentos de salário
como Chefe de Departamento de Agronegócios no ano de 2013, Chefe do Setor de
Saúde no ano de 2014 e desde 2015, Chefe do Setor de Recurso Humanos. Apesar de
não trabalhar na prefeitura durante todos esses anos, ocupou várias funções de
chefia e foi um dos beneficiados com o recebimento dos salários, décimo-terceiro,
além de outras verbas trabalhistas no final de 2016, enquanto o restante dos
servidores não receberam sequer os salários do mês.
Na residência do ex-prefeito foi
encontrado um farto material relativo à campanha eleitoral do último ano em
Urânia/SP. Uma relação contendo centenas de nomes de supostos eleitores com
indicação de pagamentos foi encontrada e poderá ser objeto de investigação
eleitoral, a critério da justiça eleitoral, com o objetivo de esclarecer
possível compra de votos com recursos da prefeitura no decorrer da última
campanha eleitoral no município.
Além dos R$ 300.000,00 pagos em verbas
rescisórias trabalhistas suspeitas no último dia de 2016, também estão sendo
investigados mais de R$ 100.000,00 em pagamentos a fornecedores no último dia
do ano bem como o pagamento de horas extras a servidores próximos do
ex-prefeito no período que antecedeu as eleições passadas. Suspeita-se que os
valores podem ter sido utilizados para o pagamento de despesas da campanha dos
candidatos que eram apoiados pelo ex-prefeito.
A PF informa que as investigações
prosseguirão com o objetivo de encontrar novas provas, identificar outros
possíveis crimes cometidos no período em que o ex-prefeito de Urânia/SP
permaneceu administrando o município bem como a possibilidade de devolução aos
cofres públicos dos valores que eventualmente tenham sido desviados
criminosamente da Prefeitura Municipal de Urânia.
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