Atacado paulista elimina 854 empregos em janeiro, porém, recuo é 30% menor do que o mesmo período do ano passado

Segundo a FecomercioSP, a redução de postos de trabalho também foi mais amena do que a registrada em dezembro, quando 2.381 vagas formais foram fechadas
 
São Paulo, 03 de abril de 2017 - O setor atacadista do Estado de São Paulo eliminou 854 empregos formais no primeiro mês do ano, resultado de 13.334 admissões e 14.188 desligamentos. Mesmo com o saldo negativo, o resultado é mais ameno do que o recuo de 2.381 postos de trabalho fechados em dezembro e cerca de 30% menor do que o valor registrado em janeiro de 2016, quando foram perdidos 1.246 empregos. Com isso, o atacado paulista encerrou o mês com um estoque de 491.088 trabalhadores com carteira assinada, queda de 1,4% em relação ao registrado em janeiro de 2016. No acumulado de fevereiro de 2016 a janeiro deste ano, o saldo ficou negativo em 7.082 empregos formais. Contudo, este cenário é melhor considerando que entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, 17.988 postos de trabalho com carteira assinada foram extintos.

Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.

Das dez atividades pesquisadas em janeiro, apenas três apresentaram aumento do estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2016. Foram elas: produtos farmacêuticos e higiene pessoal (1,3%), energia e combustíveis (1,3%) e alimentos e bebidas (0,5%).

Em contrapartida, os destaques negativos foram os segmentos de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-4,7%), máquinas de uso comercial e industrial (-3,9%) e materiais de construção, madeira e ferramentas (-3,9%).


Entre as 16 regiões analisadas pela pesquisa, apenas a Capital (127 vagas), Jundiaí (48) e Araraquara (44) apresentaram saldo positivo de empregos em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2016. Já os destaques negativos foram as regiões de Osasco (-321 vagas), Taubaté (-178) e ABCD (-90).

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o desempenho negativo do mercado de trabalho do comércio atacadista do Estado de São Paulo em janeiro foi motivado pelo segmento de alimentos e bebidas. Somente esta atividade viu seu estoque de funcionários se reduzir em 1.237 vínculos empregatícios em janeiro. A Entidade pondera que o fato é um movimento sazonal, passadas as festas de fim de ano era natural que houvesse esse ajuste.

A Federação aponta que a tendência para os próximos meses é de melhora no cenário, pois o setor vem de saldos negativos mais amenos e se espera aos poucos que os primeiros saldos positivos apareçam já em 2017, principalmente no segundo semestre.

Atacado paulistano
Foram criados, em janeiro, 127 empregos com carteira assinada no comércio atacadista da cidade de São Paulo. Com isso, a ocupação formal atingiu 204.482 empregados. Já o saldo acumulado dos 12 meses ficou negativo em 2.995 empregos, o que levou à diminuição de 1,4% do estoque total de trabalhadores na comparação com janeiro de 2016.

Entre as dez atividades analisadas, os únicos saldos negativos do mês foram observados nas atividades atacadistas de alimentos e bebidas (-342 vagas) e outras atividades (-21 vagas). Por outro lado, o atacado de papel, resíduos e sucata (+148 vagas) e máquinas de uso comercial e industrial (+112 vagas) exibiram os maiores saldos positivos.

Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado) analisa o nível de emprego do comércio atacadista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e dez atividades do atacado: alimentos e bebidas; produtos farmacêuticos e higiene pessoal; tecidos, vestuário e calçados; eletrônicos e equipamentos de uso pessoal; máquinas de uso comercial e industrial; material de construção, madeira e ferramentas; produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas; papel, resíduos, sucatas e metais; energia e combustíveis; e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista.

Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 156 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista - e quase 10% do PIB brasileiro - gerando em torno de 10 milhões de empregos

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