Vamos batizar as escolas?

*José Renato Nalini

Inúmeras escolas estaduais ainda não têm nome. Não se escolheu o patronímico indicado para designá-las. Entretanto, é usual e é saudável que um estabelecimento de ensino tenha um patrono. Seu nome é o de verdadeiro "padroeiro". Paradigma inspirador das novas gerações que ali aprenderão o essencial para sobreviver, como o treino social, o exercício da cidadania, a qualificação para o trabalho. Mais importante do que tudo isso, é preparar o aluno para ser feliz. Ser protagonista de seu destino e não peça manipulável de uma concepção fatalista impregnada de melancolia.

Nomes dignos existem e precisam ser lembrados. Quantas professoras/professores ofereceram sua vida pelo Magistério? Heróis anônimos, responsáveis pela formação cidadã de várias gerações. Os próprios ex-alunos se sentiriam recompensados ao ver o nome do mestre querido a ornamentar uma escola que continua a se responsabilizar pelo aprimoramento da infância e da juventude em nossos dias.

O ideal seria que a própria escola protagonizasse o processo de denominação. Pesquisasse, fizesse consultas, até concursos para votar o nome que mereceria a distinção. A partir daí, o nome vencedor será oferecido à consideração da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pois é essa Casa do Povo, a "caixa de ressonância das aspirações populares", de que falava Montesquieu, a competente para, mediante projeto de lei, converter a vontade da comunidade interessada num comando normativo.

Vamos batizar as escolas que ainda não têm nome. É individualiza-las, dar a elas um signo distintivo, oferecer um patrono que passará a representar os ideais a serem perseguidos pela educação pública,

na sua gloriosa trajetória que tem inumeráveis exemplos de êxito.

O alunado é muito importante nesse projeto que vai tirar da indefinição patronímica as escolas paulistas. Ele, o destinatário da missão de toda a rede pública bandeirante, pode e deve participar desse processo de denominação. Sentir-se-á mais vinculado à escola, terá um sentido de pertencimento efetivo, poderá considerar-se também padrinho desse verdadeiro "batismo" de sua escola, que é escolher um nome honrado para designá-la e ser ostentado com orgulho em sua fachada.

Qual será a primeira comunidade escolar a habilitar-se a iniciar esse importante processo? *José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo
 

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