1914 – 1918, por Reginaldo Villazón

Nesta semana, fez 100 anos o início da Primeira Guerra Mundial. O conflito começou em 28 de julho de 1914, quando a Áustria-Hungria declarou guerra e bombardeou a Sérvia. Em seguida, a Rússia (aliada da Sérvia) mobilizou suas forças bélicas em sinal de alerta. Por sua vez, a Alemanha (aliada da Áustria-Hungria) declarou guerra à Rússia e atacou Luxemburgo, Bélgica e França. Então, a Rússia e a Alemanha se enfrentaram. O conflito se expandiu e durou mais de 4 anos. Terminou com um tratado em 11 de novembro de 1918.
Foi uma guerra mundial localizada principalmente na Europa. De um lado, a aliança militar entre o Reino Unido, a França e a Rússia se fortaleceu com vários países aliados, como a Bélgica, a Itália, a Grécia, os Estados Unidos e outros. Do outro lado, a aliança militar entre a Alemanha, a Áustria-Hungria, o Império Otomano (potência turca decadente) e a Bulgária. A entrada dos Estados Unidos no conflito, em 1917, em apoio aos seus parceiros comerciais Reino Unido e França, foi decisiva. A aliança de países aliados venceu a guerra.
Os historiadores avaliam o estopim e as causas das guerras. Neste caso, o estopim foi a morte do arquiduque Franz Ferdinand e sua esposa Sofia, da Áustria-Hungria, num atentado praticado por um nacionalista sérvio. Por isto, a Áustria-Hungria iniciou a guerra contra a Sérvia. Entre as causas (verdadeiros motivos), havia a disputa gerada pela ganância de poder. Na época, os países formavam impérios: Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Império Otomano, Império Britânico, Império Francês, Império Russo e outros.
Além das dificuldades de manutenção da paz entre potências imperialistas, havia a competição comercial. Estava em curso uma crescente crise capitalista de superprodução. Os países industrializados não conseguiam escoar toda a produção das suas fábricas. A maior competição se dava entre o Reino Unido e a Alemanha. Estas questões geopolíticas e econômicas estimularam o nacionalismo nos países europeus e isto contribuiu para uma corrida armamentista na qual se apostava em paz mantida à custa do poder de fogo.
Muitas novas tecnologias de guerra foram usadas, como tanques, aviões, submarinos, morteiros e granadas. Os custos sociais foram altos. Morreram cerca de 9 milhões de pessoas e cerca de 30 milhões ficaram feridas. A guerra de trincheira foi intensa. Muitas cartas preservadas, escritas por soldados entrincheirados, contam o drama de passar fome, sede e frio nas valas cavadas pelas próprias mãos. Fotos de combatentes mostram meninos vestidos de soldados, portando armas. Os males foram os mesmos de todo tipo de guerra.
Em consequência, a Europa restou devastada e pobre. Teve que importar alimentos e produtos industrializados. Teve que reorganizar-se e reerguer-se, mas viu surgir uma potência mundial mais forte: os Estados Unidos. Muitos ressentimentos favoreceram o crescimento do nazismo, do fascismo e do comunismo. Tal como diz o ditado – "violência gera violência" – a primeira guerra mundial preparou terreno para outra grande guerra. E, assim, o mundo continua fazendo guerras, produzindo mortos, feridos, destruição e miséria.

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