Refugiados ambientais

Reginaldo Villazón

O fim do mundo é anunciado com frequência. Os otimistas acreditam que o fim do mundo será um tempo de grandes tragédias e sofrimentos, mas que abrirá caminho para uma humanidade madura, responsável e feliz. Eles acreditam que haverá mudanças radicais na natureza do planeta e que multidões de famintos vão migrar das regiões devastadas para regiões promissoras. No Brasil, é bastante comum ouvir dizer que este país receberá de braços abertos milhões de pessoas desesperadas em busca de um lugar seguro para viver.

Apesar das anunciações, parece que as profecias de juízo final e renovação planetária não têm data ou tempo limitado para se realizarem. Mas não devem ser desprezadas ou levadas em brincadeira por isto. O planeta, a natureza, a vida, a humanidade evoluem em ciclos que estão descritos nas ciências. Basta O fim do mundo é anunciado com frequência. Os otimistas acreditam que o fim do mundo será um tempo de grandes tragédias e sofrimentos, mas que abrirá caminho para uma humanidade madura, responsável e feliz. Eles acreditam que haverá mudanças radicais na natureza do planeta e que multidões de famintos vão migrar das regiões devastadas para regiões promissoras. No Brasil, é bastante comum ouvir dizer que este país receberá de braços abertos milhões de pessoas desesperadas em busca de um lugar seguro para viver.

Apesar das anunciações, parece que as profecias de juízo final e renovação planetária não têm data ou tempo limitado para se realizarem. Mas não devem ser desprezadas ou levadas em brincadeira por isto. O planeta, a natureza, a vida, a humanidade evoluem em ciclos que estão descritos nas ciências. Basta observar para ver que o mundo já se encontra num processo rápido de mudanças drásticas. Crises abalam as atividades humanas e mudanças climáticas estão em curso. Pessoas, animais e vegetais já sofrem os efeitos.

O ambiente humano está carregado de energias contrárias que produzem atritos e prejudicam as relações políticas, econômicas e sociais. A desarmonia entre os dirigentes enfraquece a diplomacia e a governabilidade das nações. A instabilidade se manifesta em ondas de protesto, violência civil e conflitos armados. Os acordos de preservação do planeta e adaptação às mudanças climáticas são negligenciados. Apesar das advertências dos cientistas, a humanidade não consegue reagir para antecipar soluções para o futuro.

Um dos fatos alarmantes é o crescimento dos refugiados ambientais no mundo. Segundo a ONU, existem hoje 50 milhões de pessoas forçadas a deixar seus locais de vida por causa de mudanças climáticas e desastres ambientais. Para o ano 2050, estimativas apontam para o número de 250 milhões de seres humanos refugiados ambientais. Caso ocorra elevação do nível dos oceanos, o número vai a 01 bilhão. Acontecem secas prolongadas, trombas d´água, cheias repetidas, frios intensos, temperaturas elevadas, tornados, terremotos.

Desde o terremoto em 2010, que arrasou o Haiti – país próximo de Cuba –, o Brasil tem recebido milhares de haitianos clandestinos, sem concessão de visto na origem. Muitos deles são profissionais qualificados (engenheiros, professores, pedreiros, carpinteiros) que buscam trabalho e moradia para depois trazer suas famílias. Eles entram pela região Norte, depois de uma longa e sofrida viagem. Felizmente, boa parte do povo e governantes brasileiros reagiram de forma positiva, procurando ajudar e regularizar a situação deles no Brasil.

Os refugiados ambientais não existem na legislação internacional. Eles não podem ser considerados refugiados porque não sofrem perseguição política, racial ou religiosa nos países de origem. Legalmente, são clandestinos, ilegais. Podem ser presos e devem ser deportados. Por enquanto, o visto humanitário é a solução possível. Esta é uma parte dos tormentos de um fim de mundo ou fim de ciclo, que já está acontecendo. Mas, como se vê, podem ser evitados, minorados ou resolvidos com responsabilidade e atitudes positivas.

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