Esperteza

por Reginaldo Villazón

Ao longo da História, existiram civilizações importantes pertinentes a regiões, etnias e culturas diferentes. Elas apareceram, participaram do processo evolutivo da humanidade e desapareceram. As civilizações dos egípcios, babilônios, assírios, fenícios, macedônios, persas, maias, incas, astecas e outros cumpriram o ciclo completo de nascimento, vida e morte. Do que fizeram – certo e errado, feio e belo, vulgar e genial –, ficaram os vestígios que os arqueólogos recolhem, examinam e preservam como tesouros.
De forma semelhante, impérios brotaram, prosperaram e regrediram. Os impérios romano, otomano, chinês, japonês, russo, britânico, francês, espanhol, português e outros tiveram ascensão, domínio e queda. Deram suas contribuições – boas e más – e por fim se despedaçaram. No século passado, surgiu a palavra Superpotência para designar os Estados – de cultura, ideologia, economia e poder bélico fortes – capazes de influir em nível mundial. Ganharam este título a Alemanha Nazista, a União Soviética e os Estados Unidos.
A Alemanha Nazista (1933 a 1945), liderada por Adolf Hitler, tornou-se poderosa, provocou a Segunda Guerra Mundial e expandiu seus domínios. Mas perdeu a guerra e suas conquistas. A União Soviética (1922 a 1991), um bloco de repúblicas socialistas, exerceu forte influência ideológica contra o capitalismo. Mas desintegrou-se numa crise política, quando as quinze repúblicas que a compunham declararam-se independentes.
Os Estados Unidos passaram a agir como superpotência expansionista na guerra contra o México (1846 a 1848), quando se fizeram donos de quase metade do território mexicano por um punhado de dólares. Em 1867, compraram o Alasca do Império Russo endividado. Em 1898, anexaram o Havaí como um novo estado norte-americano. Durante o século XX, tornaram-se poderosos e se isolaram como superpotência mais rica e armada do planeta. Agora, os observadores se perguntam: quando acontecerá a queda?
Ninguém acredita que a supremacia norte-americana será eterna. No mínimo, aponta-se para mudanças importantes – que já estão em andamento – no poder das nações. Países como China, Brasil, Rússia e Índia sobem na lista das dez maiores economias do mundo. Os Estados Unidos, que já tiveram 38% do PIB mundial, hoje têm menos de 20%. A China avança sua economia sobre a norte-americana e deve ultrapassá-la nos próximos anos. Além disso, investe em desenvolvimento educacional, científico e bélico.
Porém, não se deve avaliar a força de uma nação apenas em comparações. Tanto ou mais importante é examinar o ambiente interno, que diz respeito ao desempenho dos políticos, dos gestores públicos e privados, da população. Neste âmbito, os Estados Unidos têm problemas preocupantes. A classe política está dividida e trava luta acirrada só em proveito próprio. A dívida pública subiu de 53% do PIB em 2001 para absurdos 106% do PIB em 2013 e não pára de crescer. O povo é o maior consumidor de drogas do mundo.
Depois dos atentados nas torres gêmeas de Nova Iorque (2001) e na maratona de Boston (2013), ficou claro que o país é vulnerável dentro do seu território. O desespero cresce e obriga o uso de todos os meios – lícitos e ilícitos – para manutenção do poder. Por isto, não é de estranhar que os Estados Unidos espionem o mundo de forma imoral, como fazem os interesseiros de olho no que é alheio. Foram ridículos o presidente Barack Obama e seus assessores, sérios e bem-vestidos, desconversando com justificativas pífias. Sinais de fraqueza

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