Cuba

por Reginaldo Villazón
A República de Cuba é um arquipélago formado por mais de 1.500 ilhas. A ilha principal (Ilha de Cuba) tem 95% da área total do arquipélago e 99% da população total do país. Ou seja, a República de Cuba é uma grande ilha rodeada de pequenas ilhas. Totaliza 110.861 quilômetros quadrados e 11.424.000 habitantes.
Não é um país qualquer. Possui a área de uma Coréia do Sul e a população de um Portugal. Separado do continente, tem acesso ao mar de todos os lados (5.800 Km de costas). Localiza-se na zona tropical do Hemisfério Norte, no Oceano Atlântico, na boca do Golfo do México (o maior golfo do mundo, que banha o México e os Estados Unidos). Dista menos de 200 Km do México e dos Estados Unidos.
Cuba foi descoberta, em 1492, por Cristóvão Colombo a serviço da Espanha. Os indígenas foram dominados e Cuba se tornou colônia espanhola. A partir do século XVIII, desenvolveu o cultivo da cana-de-açúcar e do tabaco com mão-de-obra de escravos africanos. Mais tarde, tornou-se independente da Espanha e sofreu forte influência dos Estados Unidos. Depois que Fidel Castro expulsou o ditador Fulgêncio Batista, em 1959, Cuba virou uma ditadura comunista integrada ao bloco soviético.
Os Estados Unidos sempre cobiçaram Cuba, com a intenção de anexá-la ao seu território, como fizeram com o arquipélago de Havaí no Oceano Pacífico. Nunca suportaram ver Cuba – exuberante e próxima – fora do seu domínio. Por isto, promoveram bloqueios, embargos, boicotes e isolamentos a Cuba. E, internamente, Fidel Castro governou com mãos-de-ferro e se tornou um homem muito rico.
O povo cubano sofreu as duras conseqüências dos desatinos políticos. Passou por graves privações. Foi vítima de prisões arbitrárias, julgamentos injustos, torturas e fuzilamentos. Hoje, detém alguns índices excelentes de desenvolvimento humano, como alta taxa de alfabetização, baixa mortalidade infantil e grande expectativa de vida. Mas continua sob o autoritarismo e não saiu da pobreza.
Mas, algo surpreende. Cuba sempre foi um grande país pelo seu povo. Os cubanos nunca desistiram de ser livres, de viver sua cultura, de brilhar diante do mundo. Os que permaneceram no país, não perderam a esperança. Os que buscaram vida melhor, enfrentaram o mar em barcos frágeis. Outros, extasiaram o mundo com seus feitos extraordinários nas artes plásticas, nas ciências, nos esportes, na música, na literatura.

Boa hora de lembrar a figura do músico, cantor e compositor Compay Segundo (Máximo Francisco Repilado Muñoz) (foto). Ele nasceu em 1907 na região de Santiago de Cuba (a segunda maior cidade do país). Faleceu em 2003, aos 95 anos, em Havana (a capital do país). Ele amava Cuba e dedicou-se à música de raízes cubanas.
Inteligente, alegre, talentoso e simples, fez amigos e admiradores no mundo. Participou do grupo Buena Vista Social Club, na década de 1990, que reuniu músicos cubanos puros. O disco (produzido pelo norte-americano Ry Cooder) e o filme (dirigido pelo alemão Wim Wenders) renderam prêmios e apresentações internacionais.
Agora, Cuba está em transição. Fidel Castro (86 anos) se aposentou. Seu irmão Raúl Castro (81 anos) vai se aposentar. O indicado a sucessor é um engenheiro eletrônico de 52 anos. Tomara que os ilustres antepassados, que fizeram de Cuba um grande país, ajudem seus irmãos alcançarem dias melhores.

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